sexta-feira, 23 de novembro de 2007

quem mundo sou eu?


A solidão quando bate é como se eu estivesse em
outro mundo.
Um mundo desabitado, de cores e formas
minhas.

O vento sopra uma antiga e muito querida música em meus ouvidos e,
ao contrário de outras inúmeras vezes, essa solidão de agora me faz bem.
A melodia começa a remodelar o mundo
meu.
Olho ao redor, curioso,
observando tudo mudar,
ritmado,
conforme a música.

Me sinto estranho e, ao me ver,
também estou em mutação, me adequando a este novo ambiente.
Incrível a harmonia entre eu e o mundo.
De repente me sinto bem,
à vontade,
como quem visita um lugar repleto de lembranças antigas.

Um cheiro forte de nostalgia corta o ar.
E o respiro, inflando-me de sentidos e sentimentos.
Essa onda sensitiva espalha-se por meu novo corpo e estrapola-o, ganhando o mundo ao meu redor. Mas eu continuo sentindo-a, agora com uma amplitude espantosa.

É aí, no ápice da antiga melodia, que percebo que o próprio mundo
faz parte de mim.
E eu dele.
Somos um.

É bom estar sozinho, às vezes.
Faz-me conhecer a mim.

4 comentários:

  1. quando li seus dois últimos posts, pensei: ele tá se sentindo sozinho!!! mas estar sozinho é estar sem ninguém? ou estar sozinho é estar consigo entre alguéns? e até que ponto estar sozinho consigo é ruim? aí me acalmei...
    beijos

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  2. Estar sozinho é estar são de si.
    É não ouvir a piada certa e rir
    Quando ficastes só pra ti?
    Aproveita que solidão passa!
    e leva a música da brisa
    E pra ouví-la de novo
    tem que correr mais que o vento...

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  3. O sol de terezina é um bom acionador de gênios.

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  4. eh, sempre eh...
    mas, às vezes, acho que descobri isso cedo demais!

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