segunda-feira, 16 de agosto de 2010

baú digital [02]

JULHO, 2002

Quanto Amor Ainda Resta

Quanto amor ainda resta?
Perguntei-me ao coração
Na espera por resposta
Em completa solidão
Lembranças bateram à porta
Entraram e fizeram a festa

Quanto amor ainda resta?
Da mente certa o peito duvida
A luz que falta cega
Renova a dor, rouba sentidos

No doce aguardo, puro rancor
Resposta não veio, ainda perdido
Dúvida se fez completa

Quanto amor ainda resta?
Ainda dúvida
Resposta não se ouve, apenas sente
A pura verdade, de quem não mente
De forma lúcida
Não tem pressa

Mas responde
C'uma pureza sábia:

Infinita é minha fonte
Bebe de minha alma
Quem se interessa!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

regresso

Bendito o desenfreio cotidiano
Que obriga a mente ao que se deve
Ofuscando-as
Tristeza e saudade

sexta-feira, 9 de julho de 2010

lembranças

Os clones de cada dia, nos barzinhos da cidade;
O quiosque na beira do rio;
O carro à gás que esquentava os pés;
O RPG da terça à noite
O rum-com-coca-e-torcida-sabor-churrasco, na calçada;
O torresmo do riverside;
As gravações no quarto fechado, abafado, no microfone do PC antigo;
O namarra do fim de semana;
A moto que já atravessou todo o Recife -numa única noite (e com garupa);
O 'gran maquinista' do grande amigo;
As 'reuniões' estudantis regadas a cerveja;
A jukebox que só aumentava o som quando tocava forró;
A bagunça no estúdio;
Os churrascos;
Os aniversários;
Tudo o mais...

Ela ignora.
A solidão...
Sempre dá as caras.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa mundo (lado B)

E, como não podia ser diferente, me rendo em falar sobre a copa do mundo (e suas implicações/complicações/ou simplesmente opiniões)

-Cá estou, no deserto do mundo.

Não se ouve a conversa típca -e barulhenta- dos guardadores de carro. Não se ouve sequer os carros! Aliás, hei de registrar esse dia memorável: consegui estacionar numa das 6 vagas mais disputadas da região, quanta alegria!
Isso é copa do mundo, isso é Brasil...
Enquanto o país inteiro escolhe entre defender o treinador sem educação e a mentira/manipulação midiática (tão característica nesse mesmo país, há que se dizer), cá estou, no deserto do mundo, trabalhando.

Nem mesmo o Titio Walter o está, sortudo!

Sem me aprofundar na discussão da validade ou não de tamanha representação social como feriado (-será que o corpus christi é mais válido que os jogos do Brasil?), jogo essa conversa fiada na blogosfera porque, afinal de contas, me ajuda a passar o tempo.

Um abraço às minhas irmãs: almas solitárias nesse deserto, em dia de hoje.

PS: é bem verdade que ouvi na rua agora uma vuvuzela, mas também recebi dois e-mails: não estou sozinho.

sexta-feira, 12 de março de 2010

da preguiça e seus demônios

Ainda hoje recebi por e-mail um texto encaminhado do Carta Maior que fala sobre como age a mídia com Cuba.
Lembrei-me de uma calorosa conversa num bar, regada a chopp e chorinho, entre dois amigos que estavam em minha mesa, de opiniões opostas sobre a ilha. Tenho lá minhas tendências e portanto não comentarei sobre a discussão em si. O fato é que eu não pude participar da mesma.
Quem me conhece pode não acreditar, afinal o cenário possuía tudo o que eu poderia querer (chopp, chorinho e um tema polêmico? perfeito!), no entanto foi o que aconteceu: eu fiquei de fora da conversa.
Por que? Eu não tinha informações pra participar. Claro que as tinha genericamente, além de opinião pessoal e tal. Mas os dois citavam coisas, pessoas, artigos... -podiam até citar algo que eu, particularmente, acho inválido, ou até mentirem, não sei. Mas eu, nem isso podia (posto que desconsidero a opção de mentir). Então, ficava lá, concordando ou discordando apenas, sobre aquilo que os 'entendidos' falavam.
Na ocasião, refiz uma nota mental de que eu deveria me informar mais, e melhor. Não faço idéia de quantas vezes ainda, ou antes, já refiz a mesma nota, e nunca a pus em prática.
Eis que lembrei-me agora de tantas outras coisas que me disse que faria, e nada. Passou-se período de adaptação à mudança, passou-se falta de tempo no dia-a-dia, final e começo de ano, e cá continuo, inerte. Por que? Sei lá, preguiça.
Sim, penso ser isso, pois, a exemplo da matéria que me referi no começo desse post, quando faço as coisas que me-prometi-que-faria-e-não-fiz, sempre me sinto bem. E sim, eu sou preguiçoso mesmo. Às vezes, e/ou pra certas coisas, só funciono 'no tranco'.
Que seja, dou-me o tranco eu mesmo!
(acabei de assinar a impressa Caros Amigos e a digital Carta Maior, além de adicionar à minha leitura internética cotidiana a Conversa Afiada)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

pingo d'ouro


E assim me alento, usando os dentes
Nessa vã e besta vingança
Toma-lhe vida!
Quem está mastigando agora?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

fim de ano

Eu sei que é clichê, mas... Quer melhor época pra isso do que fim-de-ano?

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
Autor desconhecido por mim

Acreditemos, pois.