Como bom usuário de computador que sempre fui, desde seu surgimento e, claro, de quando eu passei a ter condições de possuir um deles em casa, digamos que eu tenha uma certa habilidade na utilização do teclado. Lembro que, há bastante tempo, quando a informática era novidade no país, ainda nos tempos do lançamento do 386, o windows ainda era apenas um programa bonitinho, bastante inútil até; o DOS comandava, editor de texto era wordstar, nós tínhamos que digitar os comandos ao invés dar "dois cliques" com o mouse, ê nostalgia informática!
Pois, me lembro do meu primeiro PC. Um "386 sx de 33", era assim que o chamava. Só de pensar na configuração daquele micro, já caio na risada. Vocês sabem o que era esse 33? Era a velocidade do processador! Meu processador hoje tem 4 (quatro!) núcleos de 2.83ghz, ou seja, dois mil e oitocentos megahertz a mais (em cada núcleo!) do que meu tão querido 386 da Samsung. O nome da minha impresora, também da Samsung, tinha nome de mulher: Michelle 3. Eu nem tinha mouse! Pois é, muitas lembranças. Pra não perder o costume, muitas delas vou deixar pra outras postagens, e destinar este texto apenas a meu periférico preferido da época: o teclado.
Conforme eu já relatei, meu primeiro PC não tinha mouse. Sim, o rato já existia na época, mas como minha mãe não tinha muito dinheiro pra gastar com essas coisas de computador, cortá-lo do pacote foi uma economia razoável na aquisição do equipamento, afinal, eles não eram tão baratos como são hoje. Pois muito bem, o povo ensina, "quem não tem cão, caça com gato", mas eu pergunto: e quem nem rato tem, o que faz? Bom, eu, aprendi a usar o teclado. Tudo bem que, na época, ele era realmente bem mais importante que o mouse, pois muita coisa ainda era digitada, com linguagem de programação pelo DOS e tal. Mas, o windows já ganhava força (eu mesmo já tinha o 3.11 instalado), então muita coisa já podia ser feita com o ratinho. No entanto, eu tive que aprender os famosos "atalhos" do teclado. E como eu era viciado em computador e fuçava em toda e qualquer área que eu tivesse ou não acesso, sendo com ou sem segurança (ainda bem que meu vizinho era técnico em computação e me ajudava muito pra reparar as burradas que eu cometia), logo eu já sabia como fazer de tudo através do teclado, quase não sentindo falta do mouse. As teclas CTRL, ALT e TAB têm um poder que, hoje em dia, poucos conhecem. Da necessidade veio o costume, da prática a velocidade e, dos novos windows (verdadeiros criadores de paraplégicos computacionais, que dependem 100% do mouse), o preconceito para com o rato.
Não desconheço a necessidade e praticidade do mouse, muito pelo contrário. Mas, a despeito de muitos, eu tenho conhecimento e tiro proveito da utilidade que o teclado tem, além de escrever palavras. Navegar na internet ou mesmo no windows explorer, abrir e fechar programas, alternar janelas (experimentem aí pressionar aquela tecla do windows, com o desenho da janelinha, entre o CTRL e o ALT, + "E" ou ela + "D"), e isso apenas dentro do windows. Nos diversos programas, tenho o, creio que já posso classificar como vício, de aprender e decorar os atalhos do teclado. É assim no autocad, 3dsmax, photoshop, corel draw, ou mesmo word, powerpoint, excel, etc. As associações, feitas com CTRL, ALT e SHIFT + letras, variam de programa pra programa, mas eu vou além, decorando também a sequência de letras-chave dos menus de cada programa. Por exemplo, pra inserir uma figura no word, ALT, I, M, D. Ou para inserir uma quebra de página, ainda no Word: ALT I, U, B. Alterar brilho/contraste no Photoshop? ALT, I, A, C (isso se for a versão em inglês). É, eu realmente tinha que classificar com vício. E olhem que não mencionei quase nada do que tenho decorado em atalhos e comandos do teclado.
O fato é que, pra mim, o teclado continua agilizando muito ainda, em muitas coisas, além de digitar palavras, e eu o prefiro, por diversas vezes, ao mouse. Me pergunto se conseguiria, hoje em dia, viver novamente sem o rato. Creio que não indefinidamente, mas acho que o faria por bem mais tempo que muita gente que conheço.