quinta-feira, 21 de maio de 2009

brinde 02










E olhe que nem tava faltando papo...

"-Marcel, é uma questão de escolha:
ou tu corta esse cabelo, ou afasta a cadeira mais pro lado."

Um brinde!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Haikai

Esta forma poética originalmente japonesa consiste, em sua essência, de concisão e objetividade.
Até onde sei, há três vertentes que defendem modos diferentes de aplicar o haikai no Brasil. 
Me incluo em nenhuma e todas elas. Às vezes Gosto da métrica e da rima, outras não. O que sempre me agrada é a simplicidade objetiva.

E lá me vou
Tateando o nada
Outra vez

sexta-feira, 15 de maio de 2009

novo esquema de comentários

Opa,

Vagando na blogosfera blogs afora (ficou horrível isso hahahaha), descobri esse sistema de comentários chamado "intense debate". Gostei dele por alguns motivos, mas principalmente por facilitar  a relação "intercomentários". É bem mais simples e estimulante de se desenrolar uma conversa sobre um determinado post, no campo "comentários". Com essa ferramenta, pode-sepor exemplo  responder a um determinado comentário, especificamente (o que senti falta no último comentário que recebi, sobre o último post). Enfim, vamos testar. Se ficar ruim, retorno ao jeito antigo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

E querem acabar com a crise?

Podem me chamar de doido, mas, vejo um lado dessa crise mundial que me faz pensar nela como a melhor coisa que aconteceu à humanidade nos últimos séculos. Algo que nos obriga a questionar certos posicionamentos e, além disso, tomar, de fato, várias atitudes. Muitas delas, necessariamente drásticas. Creio que essa crise, em muito aumentada por ser concomitante a "toda essa história de aquecimento global", não está, ainda, sendo levada a sério. Novamente, não, não sou doido. O que estão fazendo em relação a essa crise? Muitas coisas, sim. Muitas, muitas coisas. Todas erradas. 
Essa crise não é pioneira. Já tivemos exemplos dela num passado próximo, e estamos cometando os mesmos erros de antes. Repito a pergunta: o que estão fazendo pra "resolver" essa crise? E respondo: tudo o que não deveriam fazer. Ou tudo o que a fortalece. É preciso se perguntar o porquê dela acontecer. O modelo (não só econômico, mas social, religioso, cultural, político...) que a humanidade vem vivendo, tem como destino único e inalterável essa tal dessa crise. E o que fazemos pra acabá-la? Tentamos reestabelecer o mesmo modelo, que, como justificativa à nossa tentativa, encontra-se apenas "abalado" momentaneamente.
Não vemos a dádiva que é essa crise. Ela que acabe com tudo, assim a gente começa um modelo que preste, finalmente. 
As gigantes dos automóveis são as primeiras a cair. Porque será? Talvez pelo fato de o carro ser o maior e mais representativo ícone desse modelo insano de vida que nós insistimos em empregar. O automóvel se tornou uma das maiores (senão a maior) desgraças que nós seres humanos já conseguimos criar. Incrivelmente poluente (pessoas, não pensem "apenas" nos combustíveis, lembrem-se do processo de fabricação, dos materiais utilizados em sua manufatura, do que ele passou a representar econômica e socialmente, etc), de durabilidade ínfima, de quantidade praticamente obrigatória a um por pessoa, e o que é pior, na grande maioria das vezes, completamente dispensável. Eu passaria muito mais tempo falando sobre carros, mas deixo pra outro dia. 
O fato é que a crise, como um enviado divino, ou da natureza, do cosmos, ou qualquer outra origem que o deixe mais suscetível a acreditar, tenta, com todas as suas forças (e elas são muitas) derrubar essa insanidade mundial à qual nos submetemos os humanos. E o que fazemos? Tentamos impedi-la. 
Sei que muitos, milhares, milhões, sofreriam e morreriam durante o processo "natural da crise", mas talvez fosse mais inteligente se investíssemos em diminuir esse estrago durante a transição a um novo modelo de vida, do que tentar a todo custo impedi-lo de surgir, defendendo assim uma loucura mundial, que grita há tempos que nos dizimará a todos em breve, muito breve.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

nostalgia

Ou: a vontade de querer de volta o que passou.
Por que será que todos nós, em algum momento pelo menos, sentimos isso? E mais: porque, em seguida, condenamos tanto os tempos vindouros, ou o "pós-nosso tempo"? Me é de fato intrigante essa história de achar que tempo bom era o meu tempo. Quando a gente brincava era correndo pela rua, e não à frente de computadores. Pro meu pai, já isso era ruim. Muito melhor era o tempo dele, quando caçava passarinhos na mata vizinha à sua casa. Não sei o que meu avô diria sobre isso, mas tendo a crer que ele continuaria a onda nostálgica, preferindo seu tempo. Ora, eu não sei nem nome de passarinhos de gaiola, que inclusive já nem são tão do meu tempo, quanto mais identificar um, em pleno vôo no céu, ir além e ainda atirar no pobre, quanta maldade! "Mas no meu tempo não era maldade, havia muitos, e caçávamos pra comer, não pra nos divertir ou vendê-los em gaiolas", argumenta meu pai. Ok, tudo bem, não vou contra-argumentar dizendo que ele não precisava daquilo pra matar a fome, portanto  era sim diversão, até porque minha intenção não é discutir sobre passarinhos, caçadas ou maldades, nem decidir qual o melhor dos tempos, ou qual o correto e o errado. Apenas refletir o porquê desse sentimento meio doido.
Meio doido sim, pois enaltecemos muitas, muitas coisas que temos hoje e não tínhamos antes, chegamos a bater no peito com orgulho ao falar das mudanças que conseguimos, às duras penas, sejam elas sociais, econômicas, religiosas, culturais, ou qualquer outra. Mas, sempre tem aqueles momentos em que nada disso vale, porque bom mesmo era aquela época em que vivemos -e que já passou. Pra mim, tudo bem em achar bom momentos vividos, revivê-los na memória, sentir saudade, isso todo mundo faz e eu nem acho nada demais, "normal". O lance que me incomoda é porque sempre preferimos o nosso tempo que passou ao atual, ou o futuro. Como sempre lamentamos que "hoje em dia" tudo (ou quase tudo) é pior que antes, soltando algumas pérolas, em muitos casos, contraditórias. "Na minha época não tinha chuteira com cravo disso ou daquilo, ou camisa que absorvia o suor... -aquilo sim, era jogar futebol." "Nah.. em meu tempo não tinha isso de google e internet não, a gente ia pesquisar era na biblioteca, um templo de cultura, isso sim. Nós líamos, e líamos livros!"
O escritor relutou muito pra deixar de lado a máquina de datilografar, em prol do tal de computador pessoal. Só eu, e só do Sabino, li umas três crônicas falando dessa entre outras tecnologias, para ele perturbantes. Tecnologia à parte, e voltando às pérolas "em meu tempo sim, éramos românticos. Íamos namorar na praça, mãos dadas só com permissão dos pais. Beijo era coisa séria." Ou "todos iam pra missa, aquilo era comum, e não raridade", e essa então: "já não se faz música como antigamente, de qualidade. Hoje em dia é tudo lixo!"
O melhor é que eu sempre ouvi isso da geração dos meus pais, e me via vítima, pensando "peraí, também né assim não" mas, agora, vejo que também faço o mesmo, com as novas gerações. E creio que estas também o farão. -O que é isso? 
Lutamos tanto pra mudar as coisas, de forma que fiquem como achamos que é melhor, mas acabamos querendo que tudo volte a ser como era antes. Ou pior: não queremos que volte, mas ainda assim achamos que antes é que eram bons tempos. Será isso fruto da amargura de lembrarmos mais a cada dia de nosso encontro inevitável? Tentarmo-nos agarrar selvagemente ao passado, na vã tentativa de voltar a ele, ficando portanto o mais longe possível do tal encontro? Não sei.