quinta-feira, 25 de outubro de 2007

da necessidade de aprender

"Porque perder tempo aprendendo quando a ignorância é instantânea?" (calvin)

Às vezes me pergunto a razão de evoluir intelectualmente. Ou aquilo que chamamos por evolução intelectual. Antes tinha me questionado sobre evoluir, assim, cru. Pra quê isso? Mas descartei logo essa conversa, que com certeza levaria muitas garrafas de vidro amarronzado que, uma vez esvaziadas, seriam colocadas num canto onde, muito provavelmente, algum passante, ou até mesmo um dos que tratam do assunto (não só o de esvaziar o tal vidro, mas também aquele que diz respeito à evolução), ao esticar um pouco as pernas, ou mesmo levantar-se ao sanitário esvaziar o que antes estava nas tais garrafas, enchendo com isso um pedaço de louça qualquer, por acidente, derrubasse as pobres coitadas, impedindo-lhes de jamais (salvo sob processo de reciclagem) poderem ser esvaziadas novamente. Pois foi com um leve pesar pela visão dos futuros cacos de vidro marrom que tive em minha mente, entre dois goles, que descartei aquela discussão, uma vez que havia chegado a uma conclusão que, senão correta, me satisfazia em mudar de assunto. Essa me dizia que é impossível não haver evolução. Se existe, evolui. Mas... existe mesmo?
-Não! essa agora resultaria em muito mais cacos amarronzados, coitados.
Desconsiderando portanto ambas, deti-me ao intelectual.
Até porque, na verdade nunca fui convencido da necessidade de evolução intelectual do ser-humano. Acredito que talvez esse seja o maior dos nossos problemas. Aliás, o maior dos problemas desse mundo.
Veja bem, o mundo nos provê de tudo o que precisamos para manter essa fabulosa cadeia carbônica funcionando precisa e normalmente. Pra quê mais?
Aí! aí está a questão. Ou melhor, não está. Não tem pra quê. Talvez nem tenha porquê! E, mais talvez, se tiver algum porquê, ele nem nos seja permitido saber!!
O que não faz a menor diferença, uma vez que não escolhemos por não evoluir intelectualmente. Fomos criados para isso.
Talvez sejamos uma grande experiência num pequeno tubo de ensaio e quando achamos que estamos errado detonando todo o mundo, estaremos pensando exatamente igual a um vírus ou bactéria (não sei direito a diferença entre os dois, tampouco se algum deles "pensa"), que, por natureza, não é um ser mau, ele só faz aquilo para o qual foi criado. Ele sequer pensa a respeito e, o que chamamos de pensar a respeito, só nos serve e a nós somente, de forma que outrem sequer considerem que nós o fazemos.
Isso me leva a outras questões, mas acabo de tornar "inesvaziáveis" duas das muitas pobres e amarronzadas garrafas, que tinha colocado num canto enquanto pensava essas besteiras.
É melhor parar.


-deu vontade de ler um textinho que certa vez me recusei por, creio que já admiti isso, não ter entendido a razão de ser dele. Vou ver se o encontro.