quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quantos eus me fazem a mim

De personagens de RPG a pseudônimos de textos e poemas. De jogador de time de futebol a membro de família, ou funcionário dedicado. Andei pensando a variedade de personalidades que possuo, às vezes tão diferentes entre si. Diariamente ou em determinados intervalos de tempo, nós acabamos nos relacionando com pessoas diferentes entre si e de nós mesmos, seja por necessidade ou por afinidade. Confesso que às vezes me impressiono um pouco, de tão diferentes que são alguns de meus "grupos de relacionamento", e como consigo manter uma boa relação com eles. O fato é que me divirto e sou bem feliz com muitas coisas, pessoas e lugares diferentes. Em outros tempos já me perguntei se isso seria sintoma de fraca personalidade, mas esse debate não se alongou muito, pois vi que sei distinguir muito bem e com facilidade minhas preferências. E é claro que eu tive também minha época de radicalismo, quando não me permitia ir a determinados lugares, ou ouvir certo tipo de música. Aliás, a bem da verdade o tal radicalismo ainda surge, de vez em quando, em algumas situações.
Numa rápida olhada ao redor, mesmo com a maioria das pessoas, cada vez mais, procurando tanto ser igual um ao outro, seja usando, vendo ou ouvindo as mesmas coisas, creio que, humanos que somos, não poderemos nunca ser iguais, todos. Portanto, viver em sociedade nos obriga a vivenciar a diversidade, a conviver com diferentes formas de pensar e agir. Na minha opinião, o saldo dessa conta é positivo, mesmo com tudo de ruim que disso acontece pelo caminho.
Voltando a falar especificamente da minha pessoa, é engraçado a quantidade de eus que tenho. É lógico que todos eles têm a essência em comum, ou o que me dá identidade, minha personalidade. Mas, atitudes e comportamentos mudam bastante dependendo do local ou das pessoas ao meu redor. O tipo de conversa, a maneira de se comportar, de se vestir. A comparação dos comportamentos quando no trabalho ou entre amigos é bem comum e fácil de ser percebida entre as pessoas, pois a maioria delas vivem essa dualidade. Mas, indo além, me vejo diferente mesmo quando entre amigos diferentes. Aquele casal de amigos mais requintados, o grupo de rpg, o da pelada semanal, o das canções, da família, ou o das conversas intermináveis na mesa de um bar, cada um deles me faz um eu, que age, às vezes, bem diferente de outros eus. Mas a soma de todos eles é que me faz a mim, completo.
Tem gente que não é assim, não se relaciona bem com tantas pessoas tão diferentes entre si, e é engraçado quando, às vezes até sem perceber, eu junto dois grupos distintos, numa mesma atividade. Das duas, uma: ou o desconforto é visível e o evento vira um verdadeiro fracasso, ou os grupos começam a interagir, percebem a riqueza da diversidade e, creio eu (talvez em minha ingenuidade) até gostam.
Fato é que eu gosto de agregar. Pessoas, momentos, amigos, experiências. Sinto-me bem em saber que posso ser uma interseção entre pessoas ou atividades tão diferentes entre si. Gosto do gostar muito e diverso.

2 comentários:

  1. engraçado que andei pensando nisso. sao varios eus de um só. ainda to explorando essas facetas.
    agregar e disseminar experiencias eh muito bom mesmo!

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  2. esse é mesmo vinícius... várias pessoas, vários grupos, em comum o desejo de agregar...

    bjs
    dea

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